Problemas do CCM

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O CCM, como qualquer curso, tem muitos problemas. Este artigo se destina a problemas da estrutura e organização do curso, como administração, programa e estrutura das disciplinas, processo seletivo e participação discente. Para problemas de outros tipos veja Problemas do CM.

Os comentários abaixo foram postados por usuários do Wiki e não necessariamente representam opiniões consensuais dos alunos e/ou docentes do CM.

Curso de Química e professores

O Curso de química do CM tem problemas crônicos, sendo alvo de reclamação dos alunos há vários anos, seja por causa dos professores, seja pelo seu conteúdo e distribuição.

De fato, o curso já está tão estigmatizado que é desacreditado pelos alunos e gera desinteresse pela área, influenciando na escolha do avançado, entre outras coisas.

Conteúdo

  • Um grande problema do curso de química é que a química é tratada como uma série de gavetinhas. Em cada uma delas, há um monte de informações que nada têm a ver com as da outra gavetinha. Pode parecer boba a analogia, mas é isso mesmo. A velha compartimentalização que tanto queremos(íamos) combater com um curso como o nosso.
  • O curso de química geral é dado em um semestre no nível do colégio, tornando-o desnecessário. Deficiências em equilíbrios, tampões, reações de óxido-redução e outros assuntos relacionados podem ser supridas em duas semanas nas aulas e indicando-se bons livros de química geral como o Kotz/Treichel ou Oxtoby - que os alunos não terão dificuldades em ler e tirar as dúvidas mais básicas e cruéis.
  • Um curso de química inorgânica descritiva cheio de decorebas que nunca serão utilizadas na vida acadêmica da imensa maioria dos alunos. Concordo que alguns alunos egressos do curso partiram para essa área (cinco, se não me engano). Todavia, a maior parte dos alunos que o fizeram (e, sobretudo, os que estão cursando agora) acham que ele está em desacordo com os demais cursos de química que vêm sendo ministrados. Eu acho a química inorgânica, ao contrário, bastante importante. No entanto, creio que sem uma base melhor de físico-química (sobretudo de espectroscopia) ela se torna um martírio para aqueles que querem aprender com A maiúsculo (o que não é raro entre os alunos do CM).
  • Terem retirado o curso de estrutura atômica e molecular do Prof. Mauro Ribeiro. Algumas pessoas, ao ouvirem o Prof. Mauro falando sobre quantização do momento angular no modelo de Bohr ou sobre a partícula na caixa, não entenderam que a proposra do curso não era dar um curso de química quântica cheio de formalismos (ainda que o Prof. Mauro tenha sido rigorosíssimo nos conceitos físico-químicos) e conseguiram que esse curso saísse e desse lugar a um curso de química geral à la colegial.
Entendo que os entusiastas da física quisessem que o Prof. Mauro resolvesse a equação de Schrödinger pro Hidrogênio. Mas como ele iria fazer isso se no primeiro semestre nem sabíamos o que era um harmônico esférico e nem resolver integrais em 3 dimensões? O que fazer? Dar o curso do Prof. Mauro no quarto semestre? Aumentar o tempo do ciclo básico para dois anos e meio (para que o curso de mecânica quântica do Prof. Fleming venha antes desse)? Não, é claro que não. Deve-se dar um curso de estrutura da matéria de acordo com as necessidades de um primeiro curso (e com toda a experiência do Prof. Mauro que, diga-se de passagem, é um excelente químico teórico e sabe o que os alunos precisam). Esse é o curso de Química I que o CCM precisa. Para depois estudar físico-química nas Químicas II e III (usando ou não os orbitais d e f da química inorgânica). Sinto muito que a imaturidade de alguns alunos tenha levado ao fim esse curso tão importante.
  • Falta no básico um curso FORTE de espectroscopia, que serviria igualmente às químicas inorgânica e orgânica.

Distribuição e integração do conteúdo nos semestres

  • O curso de Química II acaba arcando com toda a físico-química do básico e fica espremido entre um curso de química geral e um de química inorgânica pura. A físico-química, naturalmente, deveria se estender para o curso de química III.
  • Deve estar claro que o tronco-chave do básico tem que ser a físico-química, que é necessária para a compreensão de toda a química (de todas as suas áreas). E ela me parece encerrada no curso de Química II (e retomada, em alguma extensão, no curso de Química IV). É o 4º equívoco, nessa enorme lista de coisas erradas.

Pontos positivos

  • O curso de Química IV, depois de muitos problemas, tornou-se um porto seguro para a área de química. O Prof. Quina, com a sua incrível experiência e formação, dá um curso de química orgânica carregado de conceitos de química, mostrando que ela pode ser ensinada como química e não como química inorgânica, orgânica, analítica, etc.

Sugestões

McQuarrie

  • Uma sugestão feita por um aluno seria a de se seguir o livro do McQuarrie ou qualquer livro bom e completo de Química, para os três primeiros semestres, assim como é feito com o Apostol no Curso de Matemática do CM. O livro do Mcquarrie cobre boa parte do conteúdo dos 3 semestres. E claro, poder-se-ia incluir outras referências ou pular capítulos, de acordo com a necessidade da disciplina. Além disso, o livro serviria como base de referência para o conteúdo de cada semestre. No entanto, uma vez que há apenas um McQuarrie disponível na biblioteca, a adoção do livro no curso exigiria que mais livros estivessem disponíveis.

Histórico das Disciplinas e Professores

Alguns professores do curso de química recebem reclamações todos os semestres, pelo conteúdo repetido, dado com pouca profundidade e/ou insuficientemente explicado de suas aulas, e conseqüente baixo aproveitamento pelos alunos.

Química I

  • 2005 (T15) - prof. Torresi: O curso foi insatisfatório. As aulas expositivas foram dadas com slides, trazendo pouca informação, sem profundidade ou esclarecimento dos assuntos. Conceitos importantes e necessários posteriormente, como noções de mecânica quântica e hibridização de orbitais, foram dados muito rapidamente e praticamente deixados aos alunos para estudar e entender por conta própria. Como um curso de Química Básica deixou a desejar, pois pouco conteúdo foi aproveitado a ponto de servir para o entendimento de outros. Apesar disso, as aulas de laboratório foram melhores.

Química II

  • 2006 (T15) - prof. Paulo Sérgio: No curso de Química II de 2006, em especial, tivemos outro problema com o curso, que praticamente só tratou de coisas que foram ensidas mais rigorosamente dois meses depois (lei dos gases, primeira e segunda lei da termodinâmica), em Física II. A redundância tornou Química II praticamente dispensável em sua totalidade, salvo o contato certamente enriquecedor com o Prof. Paulo Sérgio e sua infindável coleção de histórias interessantes sobre ciência, química, química industrial, história da física quântica e cultura geral.

Química III

  • 2003 (T12) - prof. Vichi: Cursei Química III com o Prof. Vichi e achei o curso bastante frustrante. Acima de tudo, acho importante que os alunos que fizeram o curso do Prof. Koiti recentemente se manifestem com algum comentário para que não pareça que se trata de alguma revolta pessoal minha contra a química inorgânica.
  • 2005 (T14) - prof. Koiti: Toda frustração provém das suas expectativas. Resumindo: fique em casa dormindo, é mais proveitoso.
  • 2006 (T15) - prof. Koiti: Desde o início do curso, a sala teve grandes dificuldades no entendimento das aulas e explicações do professor, o que levava a um baixo aproveitamento das aulas e gerou um desinteresse geral dos alunos. Além disso, problemas relacionados ao uso de slides, a uma introdução, contextualização e explicações insuficientes dos assuntos, e a bibliografias inespecíficas e indisponibilidade dos slides complicaram a situação, que culminou numa primeira prova desastrosa. Após algumas tentativas de resolver o problema junto ao professor (e-mail, carta e algumas conversas), foram esclarecidas as dificuldades, o que resultou em alguma melhora da aula, e na disponibilização de slides impressos e alguns textos pelo professor. O professor sugeriu que a primeira prova não contasse na nota, o que foi prontamente aceito pelos alunos. No entanto, o resultado da segunda prova também foi lamentável, e a situação só começou a melhorar a partir da terceira prova, que tinha um escopo um pouco mais delimitado, embora os alunos ainda não soubessem por onde estudar. Houve uma reunião com os professores da T15 e T16 para discutir as situações, aparentemente sem conseqüências. A situação da sala melhorou com uma prova substitutiva amena, o que fez com que mais da metade da sala alcançasse a média, além de uma aparente mudança no critério de cálculo, que inicialmente seria uma média geométrica das notas das provas. Ainda assim diversas pessoas não obtiveram média na disciplina. Apesar de tudo isso, e de reclamações semelhantes já terem sido feitas pelas turmas 13 e 14, a comissão não pareceu dar crédito, até que o professor Quina chamasse atenção a respeito. Não se sabe se algo será feito.

Curso de biologia e professores

Conteúdo

Tem sido levantada a possibilidade de se incluir um curso de evolução na ementa do curso de Biologia IV.

Evolução e Biologia Molecular de Plantas

A inclusão de um curso de evolução é de interesse por se tratar de uma teoria fundamental da biologia moderna que não é tratada em nenhum outro momento do curso, embora seus conceitos sejam usados e sua importância ressaltada em praticamente todas as disciplinas da área. A introdução de um curso de evolução no programa é complicada, segundo dizem, devido a uma baixa disponibilidade de professores do assunto. Além disso, o curso de evolução sofre reformas com grande frequência, o que mostra alguma dificuldade em se estabelecer um formato adequado; tal formato poderia não ser adequado ao CCM, devido ao propósito do curso e a carga horária que a disciplina teria.

Como o curso de biologia do CM dura os 4 semestres, a proposta dos alunos seria a de substituir o curso de Biologia Molecular de Plantas, do fim do 4o semestre, pelo curso de evolução.

Histórico das Disciplinas e Professores

Biologia II

  • 2006 (T15) - prof. Emer: O professor foi criticado por seu sistema de aulas e avaliações. Em um curso dado em apenas dois meses, ele mudou seus critérios de avaliação quatro vezes, marcando uma prova escrita para o dia seguinte, quando teoricamente não haveria nenhuma. Propôs uma carga imensa de trabalhos (seminários e artigos) para os quais deu pouca orientação e com objetivos indefinidos, até mesmo para ele. Mesmo assim, os trabalhos pouco contribuíram para o curso, e cada um aprendeu pouco além de sua própria parte neles, dando a impressão de tempo mal-aproveitado. Ele falhou também em delinear o programa do que seria visto em aula, de modo que alguns acharam que valeu mais a pena confiar no próprio taco e simplesmente ler o que achasse legal no The Cell. Os conceitos passados em aula, quando não elementares, se apresentaram de maneira confusa, sem conexão com o excelente curso de bioquímica, que sem dúvida faz uma preparação para uma análise muito mais interessante de diversos tópicos.

Falta de uma boa orientação aos professores novos

É comum a ocorrência de desentendimentos entre os professores novos no curso e os alunos, levando a problemas evitáveis. Entre problemas comuns estão:

São problemas que poderiam ser facilmente evitados por meio de uma documentação de qualidade e um diálogo com os demais professores.

Participação Discente

Carga Horária

Jubilamento

Processo Seletivo

Multidisciplinaridade vs. Interdisciplinaridade

Embora se promova como um curso interdisciplinar, o CCM é muito mais um curso multidisciplinar, o que em boa parte se deve a uma falta de preocupação e orientação para este aspecto.

Há pouco diálogo entre os professores, e a única relação aparente entre as disciplinas é a dependência do conteúdo entre disciplinas da mesma área (por exemplo matemática I e II, biologia I, II e III). Ainda assim, apesar da estrutura rígida do programa do Ciclo Básico, das turmas pequenas, e do número reduzido de discentes, em geral os professores nem ficam sabendo se uma disciplina anterior deixou de dar algum conteúdo, quanto mais se a turma teve mais dificuldade com algum assunto.

Cada uma das disciplinas tem seu programa próprio e independente que procura explorar tópicos da sua área, às vezes até um tanto específicos, sem nenhuma preocupação especial com as demais disciplinas. Os cursos de matemática e física, embora sejam muito bons, têm um tratamento formal bastante distante de aplicação prática.

Falta um direcionamento do programa para o conhecimento interdisciplinar, uma maior integração das disciplinas e discentes, uma ênfase no conhecimento e não nas notas, um estímulo maior à curiosidade e uma interação mais freqüente entre alunos e professores.

Ver também