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Revisão de 01h20min de 5 de setembro de 2006 por Rend (discussão | contribs)
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Olá, sou o Leo da T15.

Alguns problemas dos alunos do CM

Preconceitos

Vou aproveitar este espaço para expressar uma opinião estritamente pessoal sobre um fenômeno que vem me incomodando há algum tempo no CM. Tenho visto muito preconceito a respeito de professores e livros. Não é o maior problema do mundo, mas acho que é relevante e que tem uma influência razoável no comportamento dos alunos.

Acho muito justo que os alunos do CM sejam bastante críticos e rigorosos, afinal, querendo ou não, somos treinados para isso. No entanto, não é isto que percebo, pelo contrário, vejo as pessoas aceitando opiniões alheias sem duvidarem delas, e as propagando despreocupadamente. Acho que isso traz prejuízos a todos. É injusto com os professores, que mal sabem, já recebem uma sala cheia de receios e desconfiança, independentemente de qualquer tentativa de mudarem suas aulas, e correm o sério risco de serem prontamente julgados e condenados bastando que seja feito o menor delize. Como estudantes críticos, acho que deveríamos ter a mente aberta e questionar os modelos e paradigmas que nos são dados, ainda mais se referindo a seres tão dinâmicos como são os seres humanos. Não estou dizendo que não temos professores problemáticos, só estou dizendo para sermos mais objetivos, acertivos e realmente críticos, ao invés de aceitarmos simplesmente preconceitos trazidos por turmas anteriores.

O problema dos livros é menos grave, mas também existe e traz conseqüências negativas. Há livros mais ou menos bem escritos, mais ou menos densos, mais ou menos formais, mais ou menos de uma certa linha, mais ou menos adequados a certo curso, certo propósito, certos gostos literários. Mas acho que assim como fazemos com os professores podemos estar fazendo com os livros, descartando bons textos, bons autores, simplesmente porque alguém não gostou, ou porque o livro não é tão bom quanto outro em determinado tópico.

Um outro tipo de preconceito, mais difícil de julgar, mais subjetivo, mas que também identifico é um pretenso rigor cético científico que permeia a mente de muitos moleculentos. A ponto de não só desacreditarem em qualquer coisa que não seja "cientificamente provada" como negarem tais coisas. Penso que isto também, não passa de um preconceito, e acho que negar algo sobre o que não se sabe é tão grave quanto afirmá-lo. Acho que como cientistas devemos ser rigorosos e críticos ao analisar experimentos, métodos, teorias, formalizações, inferências, é nesse "conservadorismo" que se baseia a segurança do conhecimento científico; mas não acho que isso inclua desprezar como simplesmente falsas as coisas que não atingem um grau de certeza tão grande, ou as pessoas que consideram a hipótese dessas coisas. Não estou falando especificamente de religião ou homeopatia, falo de qualquer idéia que ainda não esteja sujeita a um estudo conclusivo e consensual.

Estes parágrafos não se referem a ninguém em especial, e não aponto nenhum caso particular como preconceituoso, mas identifico uma certa tendência.

É isso, não sei se alguém concorda, mas é minha observação particular. Sintam-se livres para comentarem.

Só para constar, não me posiciono acima destas críticas, preconceitos são coisas comuns e muitas vezes de difícil identificação. Mas acho que é um assunto que merece atenção.

Dificuldade de expressão

Outro problema, talvez de preocupação mais individual, mas que também acho importante, são dificuldades de se expressar encontrados nos alunos do curso. Não vejo nenhum motivo para que os alunos do curso tenham mais dificuldade do que alunos de outros cursos (exceto talvez alunos de cursos mais relacionados à expressão, como letras, jornalismo ou artes), mas acho que dadas as condições excepcionais que o curso proporciona (que vejo como muito positivas), como salas pequenas e proximidade entre professores e alunos, elas se tornam mais evidentes e relevantes. A capacidade de expressar-se com precisão é uma qualidade praticamente necessária a um pesquisador, e de grande utilidade prática no cotidiano, etc. No entanto vejo bastante dificuldade nos alunos neste aspecto. É um problema complicado, por se tratar de uma habilidade de desenvolvimento pessoal, mas me refiro à capacidade individual de se identificar problemas/situações, e saber descrevê-las com precisão, sem ter de recorrer a opiniões alheias menos adequadas, e saber fundamentar o próprio discurso em fatos objetivos. As situações em que isto ficou mais evidente foi nas circunstâncias em que precisávamos discutir problemas com professores e suas aulas. E achei pessoalmente que muitas vezes as critícas acabavam sendo fracas ou de pouca utilidade pela dificuldade dos alunos em identificar aquilo que os incomodava, e o expressar. Não acompanho de perto as discussões da lista do CM, mas acredito que grande parte dos desentendimentos resulte desse tipo de dificuldade. É um problema que, como o anterior, depende de cada um, da auto-crítica pessoal e prioridade de dedicação ao problema... enfim, é só mais uma coisa que eu acho.