Pedroverso - Parte 2

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Pedroverso

Pedro 65

Ofegante, Pedro não via mais nada, não sentia mais nada. "ONDE EU TÔ?"... Pânico tomava conta do seu corpo, o frio entrava como finas agulhas nas mãos e nos pés. Levantou, desnorteado, quando seus olhos começaram a ser acostumar com a penumbra da Lua, ouviu apenas os grilos. Sentia que não estava sozinho, e também sentia que sua companhia não era boa. Ao conseguir distinguir o que estava a sua volta, viu algumas árvores espalhadas ao longo do terreno. Não estava em qualquer lugar que conhecia. Mirando os olhos no horizonte, viu uma cadeia de montanhas enevadas, pelos seus conhecimentos de geografia, conseguiu fazer um breve mapeamento, sabia que estava em algum lugar muito distante de São Paulo, ele estava em alguma tundra, em algum lugar no mundo. Desnorteado, olhou ao seu redor, achou seus tênis jogados, calçando-os rapidamente pelo que estava desacostumado, começou a caminhar, guiando-se pelos astros, foi andando para o norte. Após apenas 20 minutos de caminhada, se sentiu sortudo por avistar um casebre, batendo na porta, não encontrou ninguém a vista, foi se aproximando, era feita de madeira, estavam velhas, assim como tudo ali. Avistou um machado enferrujado, estranhou por alguns instantes e foi bater na porta. Chamando por alguém que morasse ali, não houve resposta, empurrando a porta, viu a bandeira do Chile pendurada a uma parede, uma cama velha, uma mesa, uma cadeira e uma simples lareira e nada mais. Pedro estava confuso, "Como diabos eu vim parar na porra do Chile, nesse fim de mundo?". Deitou na cama e se cobriu com os farrapos que achou. Não demorou muito para o nascer do sol, que lhe acordou com seus raios nos olhos. Sentado, ficou triste por não estar em sua casa e não ter sido um sonho, mas feliz por não ser um lugar novo. Vasculhando o restante de folhas, viu uma folha de calendário velha e seca, avistando a data, ficou sem ar, suas mãos tremiam de frio e medo, confuso pelo que aconteceu, com medo de não poder mais ver sua irmã, sua mãe e sua amada Luana. "Não pode ser... Ontem era 18 de maio de 2021... Como pode já ter passado julho de 2037?"

  • Revisão ortográfica feita por Clara