Problemas do CCM
O CCM, como qualquer curso, tem muitos problemas. Este artigo se destina a problemas da estrutura e organização do curso, como administração, programa e estrutura das disciplinas, processo seletivo e participação discente. Para problemas de outros tipos veja Problemas do CM.
Os comentários abaixo foram postados por usuários do Wiki e não necessariamente representam opiniões consensuais dos alunos e/ou docentes do CM.
Índice
- 1 Curso de Química e professores
- 2 Curso de biologia e professores
- 3 Curso de computação
- 4 Ementa
- 5 Curso de Cálculo Numérico
- 6 Falta de uma boa orientação aos professores novos
- 7 Multidisciplinaridade vs. Interdisciplinaridade
- 8 Papel do orientador durante o ciclo avançado
- 9 Sugestões de disciplinas para o ciclo básico
- 10 Processo Seletivo
- 11 Jubilamento
- 12 Participação Discente
- 13 Trancamento
- 14 Carga Horária
- 15 Ver também
Curso de Química e professores
O Curso de química do CM tem problemas crônicos, sendo alvo de reclamação dos alunos há vários anos, seja por causa dos professores, seja pelo seu conteúdo e distribuição.
De fato, o curso já está tão estigmatizado que é desacreditado pelos alunos e gera desinteresse pela área, influenciando na escolha do avançado, entre outras coisas.
Conteúdo
- Um grande problema do curso de química é que a química é tratada como uma série de gavetinhas. Em cada uma delas, há um monte de informações que nada têm a ver com as da outra gavetinha. Pode parecer boba a analogia, mas é isso mesmo. A velha compartimentalização que tanto queremos(íamos) combater com um curso como o nosso.
- O curso de química geral é dado em um semestre no nível do colégio, tornando-o desnecessário. Deficiências em equilíbrios, tampões, reações de óxido-redução e outros assuntos relacionados podem ser supridas em duas semanas nas aulas e indicando-se bons livros de química geral como o Kotz/Treichel ou Oxtoby - que os alunos não terão dificuldades em ler e tirar as dúvidas mais básicas e cruéis.
- Um curso de química inorgânica descritiva cheio de decorebas que nunca serão utilizadas na vida acadêmica da imensa maioria dos alunos. Concordo que alguns alunos egressos do curso partiram para essa área (cinco, se não me engano). Todavia, a maior parte dos alunos que o fizeram (e, sobretudo, os que estão cursando agora) acham que ele está em desacordo com os demais cursos de química que vêm sendo ministrados. Eu acho a química inorgânica, ao contrário, bastante importante. No entanto, creio que sem uma base melhor de físico-química (sobretudo de espectroscopia) ela se torna um martírio para aqueles que querem aprender com A maiúsculo (o que não é raro entre os alunos do CM).
- Terem retirado o curso de estrutura atômica e molecular do Prof. Mauro Ribeiro. Algumas pessoas, ao ouvirem o Prof. Mauro falando sobre quantização do momento angular no modelo de Bohr ou sobre a partícula na caixa, não entenderam que a proposra do curso não era dar um curso de química quântica cheio de formalismos (ainda que o Prof. Mauro tenha sido rigorosíssimo nos conceitos físico-químicos) e conseguiram que esse curso saísse e desse lugar a um curso de química geral à la colegial.
- Entendo que os entusiastas da física quisessem que o Prof. Mauro resolvesse a equação de Schrödinger pro Hidrogênio. Mas como ele iria fazer isso se no primeiro semestre nem sabíamos o que era um harmônico esférico e nem resolver integrais em 3 dimensões? O que fazer? Dar o curso do Prof. Mauro no quarto semestre? Aumentar o tempo do ciclo básico para dois anos e meio (para que o curso de mecânica quântica do Prof. Fleming venha antes desse)? Não, é claro que não. Deve-se dar um curso de estrutura da matéria de acordo com as necessidades de um primeiro curso (e com toda a experiência do Prof. Mauro que, diga-se de passagem, é um excelente químico teórico e sabe o que os alunos precisam). Esse é o curso de Química I que o CCM precisa. Para depois estudar físico-química nas Químicas II e III (usando ou não os orbitais d e f da química inorgânica). Sinto muito que a imaturidade de alguns alunos tenha levado ao fim esse curso tão importante.
- Falta no básico um curso FORTE de espectroscopia, que serviria igualmente às químicas inorgânica e orgânica.
Distribuição e integração do conteúdo nos semestres
- O curso de Química II acaba arcando com toda a físico-química do básico e fica espremido entre um curso de química geral e um de química inorgânica pura. A físico-química, naturalmente, deveria se estender para o curso de química III.
- Deve estar claro que o tronco-chave do básico tem que ser a físico-química, que é necessária para a compreensão de toda a química (de todas as suas áreas). E ela me parece encerrada no curso de Química II (e retomada, em alguma extensão, no curso de Química IV). É o 4º equívoco, nessa enorme lista de coisas erradas.
Pontos positivos
- O curso de Química IV, depois de muitos problemas, tornou-se um porto seguro para a área de química. O Prof. Quina, com a sua incrível experiência e formação, dá um curso de química orgânica carregado de conceitos de química, mostrando que ela pode ser ensinada como química e não como química inorgânica, orgânica, analítica, etc.
Sugestões
McQuarrie
- Uma sugestão feita por um aluno seria a de se seguir o livro do McQuarrie ou qualquer livro bom e completo de Química, para os três primeiros semestres, assim como é feito com o Apostol no Curso de Matemática do CM. O livro do Mcquarrie cobre boa parte do conteúdo dos 3 semestres. E claro, poder-se-ia incluir outras referências ou pular capítulos, de acordo com a necessidade da disciplina. Além disso, o livro serviria como base de referência para o conteúdo de cada semestre. No entanto, uma vez que há apenas um McQuarrie disponível na biblioteca, a adoção do livro no curso exigiria que mais livros estivessem disponíveis.
Histórico das Disciplinas e Professores
Alguns professores do curso de química recebem reclamações todos os semestres, pelo conteúdo repetido, dado com pouca profundidade e/ou insuficientemente explicado de suas aulas, e conseqüente baixo aproveitamento pelos alunos.
Química I
- 2005 (T15) - prof. Torresi: O curso foi insatisfatório. As aulas expositivas foram dadas com slides, trazendo pouca informação, sem profundidade ou esclarecimento dos assuntos. Conceitos importantes e necessários posteriormente, como noções de mecânica quântica e hibridização de orbitais, foram dados muito rapidamente e praticamente deixados aos alunos para estudar e entender por conta própria. Como um curso de Química Básica deixou a desejar, pois pouco conteúdo foi aproveitado a ponto de servir para o entendimento de outros. Apesar disso, as aulas de laboratório foram melhores.
Química II
- 2006 (T15) - prof. Paulo Sérgio: No curso de Química II de 2006, em especial, tivemos outro problema com o curso, que praticamente só tratou de coisas que foram ensidas mais rigorosamente dois meses depois (lei dos gases, primeira e segunda lei da termodinâmica), em Física II. A redundância tornou Química II praticamente dispensável em sua totalidade, salvo o contato certamente enriquecedor com o Prof. Paulo Sérgio e sua infindável coleção de histórias interessantes sobre ciência, química, química industrial, história da física quântica e cultura geral.
Química III
- 2003 (T12) - prof. Vichi: Cursei Química III com o Prof. Vichi e achei o curso bastante frustrante. Acima de tudo, acho importante que os alunos que fizeram o curso do Prof. Koiti recentemente se manifestem com algum comentário para que não pareça que se trata de alguma revolta pessoal minha contra a química inorgânica.
- 2005 (T14) - prof. Koiti: Toda frustração provém das suas expectativas. Resumindo: fique em casa dormindo, é mais proveitoso.
- 2006 (T15) - prof. Koiti: Desde o início do curso, a sala teve grandes dificuldades no entendimento das aulas e explicações do professor, o que levava a um baixo aproveitamento das aulas e gerou um desinteresse geral dos alunos. Além disso, problemas relacionados ao uso de slides, a uma introdução, contextualização e explicações insuficientes dos assuntos, e a bibliografias inespecíficas e indisponibilidade dos slides complicaram a situação, que culminou numa primeira prova desastrosa. Após algumas tentativas de resolver o problema junto ao professor (e-mail, carta e algumas conversas), foram esclarecidas as dificuldades, o que resultou em alguma melhora da aula, e na disponibilização de slides impressos e alguns textos pelo professor. O professor sugeriu que a primeira prova não contasse na nota, o que foi prontamente aceito pelos alunos. No entanto, o resultado da segunda prova também foi lamentável, e a situação só começou a melhorar a partir da terceira prova, que tinha um escopo um pouco mais delimitado, embora os alunos ainda não soubessem por onde estudar. Houve uma reunião com os professores da T15 e T16 para discutir as situações, aparentemente sem conseqüências. A situação da sala melhorou com uma prova substitutiva amena, o que fez com que mais da metade da sala alcançasse a média, além de uma aparente mudança no critério de cálculo, que inicialmente seria uma média geométrica das notas das provas. Ainda assim diversas pessoas não obtiveram média na disciplina. Apesar de tudo isso, e de reclamações semelhantes já terem sido feitas pelas turmas 13 e 14, a comissão não pareceu dar crédito, até que o professor Quina chamasse atenção a respeito. Não se sabe se algo será feito.
Curso de biologia e professores
Conteúdo
Tem sido levantada a possibilidade de se incluir um curso de evolução na ementa do curso de Biologia IV.
Evolução e Biologia Molecular de Plantas
A inclusão de um curso de evolução é de interesse por se tratar de uma teoria fundamental da biologia moderna que não é tratada em nenhum outro momento do curso, embora seus conceitos sejam usados e sua importância ressaltada em praticamente todas as disciplinas da área. A introdução de um curso de evolução no programa é complicada, segundo dizem, devido a uma baixa disponibilidade de professores do assunto. Além disso, o curso de evolução sofre reformas com grande frequência, o que mostra alguma dificuldade em se estabelecer um formato adequado; tal formato poderia não ser adequado ao CCM, devido ao propósito do curso e a carga horária que a disciplina teria.
Como o curso de biologia do CM dura os 4 semestres, a proposta dos alunos seria a de substituir o curso de Biologia Molecular de Plantas, do fim do 4o semestre, pelo curso de evolução.
Histórico das Disciplinas e Professores
Biologia II
- 2006 (T15) - prof. Emer: O professor foi criticado por seu sistema de aulas e avaliações. Em um curso dado em apenas dois meses, ele mudou seus critérios de avaliação quatro vezes, marcando uma prova escrita para o dia seguinte, quando teoricamente não haveria nenhuma. Propôs uma carga imensa de trabalhos (seminários e artigos) para os quais deu pouca orientação e com objetivos indefinidos, até mesmo para ele. Mesmo assim, os trabalhos pouco contribuíram para o curso, e cada um aprendeu pouco além de sua própria parte neles, dando a impressão de tempo mal-aproveitado. Ele falhou também em delinear o programa do que seria visto em aula, de modo que alguns acharam que valeu mais a pena confiar no próprio taco e simplesmente ler o que achasse legal no The Cell. Os conceitos passados em aula, quando não elementares, se apresentaram de maneira confusa, sem conexão com o excelente curso de bioquímica, que sem dúvida faz uma preparação para uma análise muito mais interessante de diversos tópicos.
Curso de computação
Ementa
A ementa do curso tem sido alvo de debate nos últimos anos. A atual ementa da disciplina no Jupiterweb é descabida e uma nova ementa definitiva é desejável. Nos últimos anos cada professor que vem ministrar o curso dá a matéria de um jeito diferente o que é alvo de muitas críticas. O Saulo se dispôs a contruir uma nova ementa, no entanto ainda não foi feito e nada tem sido cobrado.
Sugestões
As sugestões de ementa para Computação I e II incluem introdução a computação, algoritmos, estrutura de dados e análise de complexidade.
Linguagem
Frequentemente o curso é dado em C, não incluindo a versão orientada a objetos C++. C é uma linguagem apreciada por muitos como uma primeira linguagem. No entanto, no curso da T17 foi dado em Python, uma linguagem que vem ganhando espaço nos últimos anos. Vozes desta turma declaram que o curso se tornou interessante tanto para os novatos em programação em função da simplicidade da linguagem, quanto para os já veteranos em computação, pois incluiu o aprendizado de uma linguagem diferente.
EP's
Exercícios programa são fundamentais a um bom curso introdutório em computação. Nas últimas turmas, no entanto, houveram problemas relacionados a carga de exercícios. A T18 reclamou de poucos EP's(2-3 por semestre) e a T19 de EP's demais (1-2 por semana).
Programação e Computação Algébrica
O curso de Computação IV poderia ter uma parte dedicada a prática de programação (Laboratório de programação), e uso de linguagens de computação algébrica como Matlab, Maple e Mathematica (Laboratório de Matemática).
Curso de Cálculo Numérico
EPs aplicados
Para favorecer a interdisciplinaridade, poderiam haver mais EPs interdisciplinares, em colaboração entre professores. Exemplos: Cálculos quânticos (solução da Equação de Schrödinger, minimização de energias moleculares), Bioinformática, Implementação de modelos matemáticos simples, etc...
Falta de uma boa orientação aos professores novos
É comum a ocorrência de desentendimentos entre os professores novos no curso e os alunos, levando a problemas evitáveis. Entre problemas comuns estão:
- ser surpreendido pela heterogeneidade da turma
- má-compreensão dos objetivos e propósitos do curso
- desconhecimento do programa da disciplina, livros normalmente utilizados e outras práticas comuns
- desconhecimento da carga horária do curso
- superexigência (ver Síndrome dos alunos geniais e Síndrome dos alunos de pós-graduação).
São problemas que poderiam ser facilmente evitados por meio de uma documentação de qualidade e um diálogo com os demais professores.
Multidisciplinaridade vs. Interdisciplinaridade
Embora se promova como um curso interdisciplinar (menos nos últimos anos), o CCM é muito mais um curso multidisciplinar, o que em boa parte se deve a uma falta de preocupação e orientação para este aspecto.
Há pouco diálogo entre os professores, e a única relação aparente entre as disciplinas é a dependência do conteúdo entre disciplinas da mesma área (por exemplo matemática I e II, biologia I, II e III). Ainda assim, apesar da estrutura rígida do programa do Ciclo Básico, das turmas pequenas, e do número reduzido de discentes, em geral os professores nem ficam sabendo se uma disciplina anterior deixou de dar algum conteúdo, quanto mais se a turma teve mais dificuldade com algum assunto.
Cada uma das disciplinas tem seu programa próprio e independente que procura explorar tópicos da sua área, às vezes até um tanto específicos, sem nenhuma preocupação especial com as demais disciplinas. Os cursos de matemática e física, embora sejam muito bons, têm um tratamento formal bastante distante de aplicação prática.
Falta um direcionamento do programa para o conhecimento interdisciplinar, uma maior integração das disciplinas e discentes, uma ênfase no conhecimento e não nas notas, um estímulo maior à curiosidade e uma interação mais freqüente entre alunos e professores.
Papel do orientador durante o ciclo avançado
A centralização de algumas decisões do ciclo avançado dependendo, na prática, apenas da assinatura do orientador, nem sempre é positiva. Os orientadores, tal como os professores novos do CM, podem não conhecer o curso e restringir a possibilidade de o aluno colocar em seu currículo disciplinas de outras áreas, buscando uma formação mais ampla. Há casos de orientadores não terem aprovado disciplinas devido a rixas entre departamentos. Nesse sentido a liberdade curricular do ciclo avançado pode se tornar uma lenda, estando restringida por fatores subjetivos e até pessoais de alguns orientadores.
Sugestões de disciplinas para o ciclo básico
ACH0021 - Tratamento e Análise de Dados/ Informações
É uma disciplina de 2 créditos da EACH, que já foi ministrada pelo Renato Vicente, ex-integrante da Turma 1 e atualmente professor na USP. A ementa da disciplina deixa claro porque seria conveniente ter um curso destes no CM uma vez que aborda aspectos científicos fundamentais relevante a todas as áreas do conhecimento. Discussões filosóficas ou dos aspectos práticos de incorporação desta disciplina nunca foram abordadas.
Disciplinas de Humanas
Disciplinas voltadas a área de humanas já foram tópicos de muitas discussões, no entanto nenhuma proposta formal parece ter sido elaborada. Alguns são da opinião que tais disciplinas não são necessárias ou não se encaixam no perfil do CM, até porque tais disciplinas facilmente se tornam maçantes.
Segue o Link da Jupiterweb: http://sistemas2.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=ACH0021&verdis=2
Processo Seletivo
Não muitos dos alunos do CCM conseguem aproveitar toda a extensão do curso. Frequentemente eles se voltam para estudar 2 ou 3 disciplinas que lhes parecem mais interessantes ou apenas as que tem mais cobrança. No caso em que todas as matérias tivessem cobrança pesada, poucos conseguiriam levar o ciclo básico até o final. Tentar um processo de seleção diferente seria adequado, dado que o curso é experimental.
Jubilamento
A ocorrência de jubilamentos nos 3os e 4os semestres é algo muito desagradável. Para evitar essas situações talvez seja mais adequado apertar a cobrança nos 2 primeiros semestres visando selecionar mais rapidamente os alunos.