Mudanças entre as edições de "Química não é ciência"
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+ | Carey and Sudnberg, 'Advanced Organic Chemistry Parts A and B'. Dois livros maravilhosos que tratam a química orgânica com lógica e elegância. Exercícios dificílimos. Para aqueles cuja operação intelectual inclui mais que o maniqueísmo babilônico do sim e do não. | ||
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+ | Carroll F., 'Perspectives on Structure and Mechanism in Organic Chemistry'. Um livro chique para pessoas igualmente chiques, que querem entender a coisa da maneira mais bonita possível. | ||
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+ | Isaacs, Physical Organic Chemistry. Mais um campeão de audiência. Com muitas coisas interessantes e o tratamento quantitativo dos famigerados e incompreendidos mecanismos de reações orgânicas. | ||
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+ | Harris, Simmetry and Spectroscopy. O melhor de todos os livros de espectroscopia do mundo. | ||
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+ | Vamos aprender mais antes de compararmos a tão sólida ciência de Lavoisier e Pauling à ufologia dos Varginhenses. | ||
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+ | Vamos lembrar que a nossa cadeira, nossa mesa, nosso carro, lápis, computador, livro, óculos - só é possível graças ao desenvolvimento dos materiais (polímeros, compósitos, substâncias diversas) promovido pela química, em primeira instância. Usando os modelos da química. Esses modelinhos de elétrons bobinhos atratores e repelentes... Na verdade, eles são mais complexos do que bolinhas se amando e se odiando. Enfim... Leiam mais livros e assistam a menos aulas! | ||
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* [[Química]] | * [[Química]] |
Edição das 18h23min de 19 de setembro de 2006
Há muitos anos discute-se no CM o status epistemológico do ramo cultural denominado "Química", a questão principal pergunta se a Química é uma ciência.
Grande parte da evidência a favor de que química não é uma ciência parte dos cursos fictícios de mesmo nome oferecidos no CM, que apenas colaboram para a concepção pseudocientífica da química. A bioquímica, apesar do nome, pertence à esfera da biologia e não da química.
Nos cursos mencionados, as aulas se passam, muitas vezes com slides, onde são comentados muitos casos particulares de compostos, técnicas ou de aplicações tecnológicas, ou mesmo relatos históricos, mas nas poucas vezes em que alguma teoria é mencionada, é sempre de modo confuso e obscuro, dando a impressão de se querer encobrir uma farsa com a impressão de "ah, isso é muito complicado, você não vai querer saber...". Na hora de se aplicar a teoria, as coisas vivem dando errado, o que é contornado dizendo que se errou na conta e fazendo-se várias alterações rapidamente na lousa enquanto é dada alguma explicação meio vaga para a "correção".
Alguns dizem que a química deveria ter o mesmo status de outras áreas consideradas pseudociências, isto é, um conjunto de teorias inconsistentes, não-científicas, ou sem comprovação experimental mas que pretendem ser ciências, como a física, a biologia ou mesmo as ciências humanas como a economia e a sociologia. Entre as chamadas pseudociências se encontram a ufologia, a parapsicologia e a homeopatia.
Argumentos a favor de que a química não é ciência
A química se utiliza de teorias escorregadias, sempre se utilizando de forças opostas (do tipo o elétron é atraído pelo núcleo, mas repelido pelos outros elétrons), de modo que sempre que um dado fenômeno se encontra em desacordo com um lado, seja possível se utilizar do outro para explicá-lo. Fenômenos que ainda assim desafiam explicações são descartados como "erros experimentais" e abafados. O que torna impossível refutar suas teorias, o critério fundamental para que uma teoria seja considerada científica, segundo Popper.
A química diz ser fundamentada na física, em particular na mecânica quântica, mas sabe-se muito bem que as dificuldades computacionais do formalismo envolvido impedem qualquer verificação das teorias químicas, o que torna essa alegação duvidosa e imaterial.
As teorias químicas são na sua maioria generalizações nas quais parte-se de meia-dúzia de observações e se generaliza para uma dúzia de outros casos. O que é pior que gramática.
Os químicos gastam boa parte de seu tempo sonhando e fingindo trabalhar com inovações nanotecnológicas ou industriais, o que lhes garante patrocínio para manter sua farsa, e ainda permite que façam "cruzeiros com propósitos científicos" de vez em quando.
Os cálculos realizados pelos químicos se limitam a somas, subtrações e regras de três. Qualquer cálculo mais complexo é deixado indicado e tem propósito meramente ilustrativo.
Argumentos contra a química ser uma ciência
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Um comentário!
Pra entender química, leia um bom livro de química. Não assista às aulas. Não ache que vai conhecer algo assistindo às aulas. E leia Popper com mais atenção. Pegue uma tradução, se achar difícil em inglês. Algumas sugestões:
McQuarrie D., 'Physical Chemistry: A Molecular Approach'. Os cálculos não são indicados e deixam até físicos (essa espécie que nunca deixa cálculos indicados, hoho) bastante impressionados. Se quiser ir mais a fundo, leia o 'Quantum Chemistry' e o 'Statistical Mechanics', do mesmo autor.
Carey and Sudnberg, 'Advanced Organic Chemistry Parts A and B'. Dois livros maravilhosos que tratam a química orgânica com lógica e elegância. Exercícios dificílimos. Para aqueles cuja operação intelectual inclui mais que o maniqueísmo babilônico do sim e do não.
Carroll F., 'Perspectives on Structure and Mechanism in Organic Chemistry'. Um livro chique para pessoas igualmente chiques, que querem entender a coisa da maneira mais bonita possível.
Isaacs, Physical Organic Chemistry. Mais um campeão de audiência. Com muitas coisas interessantes e o tratamento quantitativo dos famigerados e incompreendidos mecanismos de reações orgânicas.
Harris, Simmetry and Spectroscopy. O melhor de todos os livros de espectroscopia do mundo.
Se os reclamantes lerem esses livros e ainda acharem que química não é ciência, algo está errado nas suas vidas!
Em relação a modelos/conceitos/explicações/teorias, devemos lembrar que a mesma coisa pode ser dita de várias maneiras diferentes. Os conceitos, obviamente, vão sendo modificados a fim de se adequarem aos modelos aos quais irão embasar. O que é um orbital? Qual a diferença entre um orbital de valência e um orbital molecular? Eles são a mesma coisa (leia um bom livro de química quântica para descobrir)! Mas ambos os conceitos (na verdade, as maneiras de dizê-lo) são usados para tratar casos diferentes. Como as notações da física, que mudam dependendo da área.
Vamos aprender mais antes de compararmos a tão sólida ciência de Lavoisier e Pauling à ufologia dos Varginhenses.
Vamos lembrar que a nossa cadeira, nossa mesa, nosso carro, lápis, computador, livro, óculos - só é possível graças ao desenvolvimento dos materiais (polímeros, compósitos, substâncias diversas) promovido pela química, em primeira instância. Usando os modelos da química. Esses modelinhos de elétrons bobinhos atratores e repelentes... Na verdade, eles são mais complexos do que bolinhas se amando e se odiando. Enfim... Leiam mais livros e assistam a menos aulas!