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(Sem diferença)

Edição das 19h45min de 15 de setembro de 2021

Pedroverso

Pedro 1

Ao despertar de um cochilo vespertino, Pedro havia se deparado com algo estranho em seu teto. Não era nada comum uma mancha de bolor do tamanho de uma bola de basquete estar ali, incomodado com a mancha em seu novo apartamento, bem em cima de sua cama, se foi em busca de algo que pudesse arrancar enquanto ainda tivesse tempo. Fez sua pesquisa na internet e achou soluções malucas que prometem tirar fungos das paredes, visto que não possuía metade dos produtos, se dirigiu prontamente ao Hipermercado mais próximo. Estacionando seu carro, notou manchas de bolor também no banco do passageiro similares a do teto de seu quarto. Chegando na portaria, cumprimentou o Porteiro Marcos e estacionou em sua vaga. No elevador, de aço escovado e polido, notou uma coloração estranha. Manchas irregulares tomavam conta de uma região específica da cabine, incomodado, mandou uma mensagem a sindica do prédio sobre as machas que havia encontrado em seu teto e no elevador, avisando-lhe para ter mais cuidado sobre a estrutura do prédio. Chegando no hall, sentiu um cheiro esquisito e úmido, as luzes piscavam e estavam fracas... como se houvesse muito tempo que estavam ali. Ao andar, sentiu o chão sujo, um misto de terra e poeira. Quando estava para abrir a porta de seu apartamento, as luzes queimam, a maçaneta está estranhamente fria, quando tenta por a chave, ela entra emperrando. Segurando a maçaneta com uma mão e usando a força da outra com seu corpo para abrir a porta de seu apartamento, sente um cheiro forte. Com a ida ao supermercado, parecia que haviam passado décadas, o ecossistema úmido local havia abraçado toda a mobília da casa, as paredes estavam esverdeadas, o cheiro de mofo e umidade prevalecia em qualquer odor que pudesse estar presente ali. Ironicamente, Pedro pensa "É, parece que estes produtos não serão o suficiente para limpar todo esse mofo..." com um sorriso de canto, se pega espantado por não se assustar com as condições ali presentes, foi com passos lentos abrir a janela da sala. Estava emperrada, porém, com um pouco de força, conseguiu abrir e recebeu uma lufada de ar pela diferença de pressão em que ali estava. O dia estava gélido demais para ser um domingo de verão. Ao chegar perto de seu quarto, sente um crescente cheiro de putrescina e cadaverina, exitou, seu coração estava cada vez batendo mais forte, suas mãos estavam frias, a respiração cada vez pesava mais e mais, sentido o medo entrar em seu corpo, o pânico paralisou suas pernas. Com a cabeça tombada para baixo, começou a entender que a situação ali não era um sonho, nem uma alucinação como começara a acreditar pelo quadro que irrealidade que estava vendo. Dessa vez, reparou que a porta estava encostada... apoiando sua mão nela, a umidade pegajosa já não fazia mais diferença em seus dedos. Ao empurrar a porta, viu dois corpos deitados em sua cama... Aquilo era real? "Talvez ainda possa ser um sonho..." Sentiu o cheiro entrando cada vez mais forte em seus pulmões... "Não é real... não quero que seja... " Já conseguia distinguir os dois corpos. Um homem e uma mulher. Não queria olhar quem eram... tinha medo do que veria, medo de quem eram e do que aquilo poderia representar. Prendeu a respiração por não aguentar mais o cheiro, porém o cheiro não era nada comparado ao que viria, ao terror que passaria. Com os olhos cheios de lágrimas, arrependido e assutado, viu quem eram os corpos... Ele e Laura.


  • Ortografia e gramática revisada por Clara