Mudanças entre as edições de "Problemas do CCM"
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'''Pontos positivos:''' o curso de Química II acaba arcando com toda a físico-química do básico e fica espremido entre um curso de química geral e um de química inorgânica pura. A físico-química, naturalmente, deveria se estender para o curso de química III, como eu já havia dito. Falta no básico um curso FORTE de espectroscopia, que serviria igualmente às químicas inorgânica e orgânica. O curso de Química IV, depois de muitos problemas, tornou-se um porto seguro para a área de química. O Prof. Quina, com a sua incrível experiência e formação, dá um curso de química orgânica carregado de ''conceitos de química'', mostrando que ela pode ser ensinada como ''química'' e não como química inorgânica, orgânica, analítica, etc. | '''Pontos positivos:''' o curso de Química II acaba arcando com toda a físico-química do básico e fica espremido entre um curso de química geral e um de química inorgânica pura. A físico-química, naturalmente, deveria se estender para o curso de química III, como eu já havia dito. Falta no básico um curso FORTE de espectroscopia, que serviria igualmente às químicas inorgânica e orgânica. O curso de Química IV, depois de muitos problemas, tornou-se um porto seguro para a área de química. O Prof. Quina, com a sua incrível experiência e formação, dá um curso de química orgânica carregado de ''conceitos de química'', mostrando que ela pode ser ensinada como ''química'' e não como química inorgânica, orgânica, analítica, etc. | ||
− | Deve estar claro que o tronco-chave do básico tem que ser a físico-química, que é necessária para a compreensão de toda a química (de todas as suas áreas). E ela me parece encerrada no curso de Química II (e retomada, em alguma extensão, no curso de Química IV). | + | Deve estar claro que o tronco-chave do básico tem que ser a físico-química, que é necessária para a compreensão de toda a química (de todas as suas áreas). E ela me parece encerrada no curso de Química II (e retomada, em alguma extensão, no curso de Química IV). É o '''4º equívoco''', nessa enorme lista de coisas erradas. |
Alguns podem dizer que é questão de opinião, gosto, etc. Mas vejam quantos alunos desde a turma 11 gostam do curso de química que tiveram ou se sentem capazes de pensar no que aprenderam nesses cursos... Comentem! | Alguns podem dizer que é questão de opinião, gosto, etc. Mas vejam quantos alunos desde a turma 11 gostam do curso de química que tiveram ou se sentem capazes de pensar no que aprenderam nesses cursos... Comentem! |
Edição das 23h47min de 1 de julho de 2006
O CCM, como qualquer curso, tem muitos problemas.
Curso de Química
O principal problema do curso de química é que a química é tratada como uma série de gavetinhas. Em cada uma delas, há um monte de informações que nada têm a ver com as da outra gavetinha. Pode parecer boba a analogia, mas é isso mesmo. A velha compartimentalização que tanto queremos(íamos) combater com um curso como o nosso. Eis algumas falhas:
1º Equívoco: dar um curso de química geral de um semestre no nível do colégio. Os alunos do CM, até onde sei, não precisam de um curso desse tipo. Deficiências em equilíbrios, tampões, reações de óxido-redução e outros assuntos relacionados podem ser supridas em duas semanas nas aulas. Ou podem ser contornadas indicando-se bons livros de química geral como o Kotz/Treichel ou Oxtoby - que os alunos não terão dificuldades em ler e tirar as dúvidas mais básicas e cruéis.
2º Equívoco: dar um curso de química inorgânica descritiva cheio de decorebas que nunca serão utilizadas na vida acadêmica da imensa maioria dos alunos. Concordo que alguns alunos egressos do curso partiram para essa área (cinco, se não me engano). Todavia, a maior parte dos alunos que o fizeram (e, sobretudo, os que estão cursando agora) acham que ele está em desacordo com os demais cursos de química que vêm sendo ministrados. Cursei Química III com o Prof. Vichi e achei o curso bastante frustrante. Acima de tudo, acho importante que os alunos que fizeram o curso do Prof. Koiti recentemente se manifestem com algum comentário para que não pareça que se trata de alguma revolta pessoal minha contra a química inorgânica.
Eu acho a química inorgânica, ao contrário, bastante importante. No entanto, creio que sem uma base melhor de físico-química (sobretudo de espectroscopia) ela se torna um martírio para aqueles que querem aprender com A maiúsculo (o que não é raro entre os alunos do CM).
3º Equívoco: terem retirado o curso de estrutura atômica e molecular do Prof. Mauro Ribeiro. Algumas pessoas, ao ouvirem o Prof. Mauro falando sobre quantização do momento angular no modelo de Bohr ou sobre a partícula na caixa, não entenderam que a proposra do curso não era dar um curso de química quântica cheio de formalismos (ainda que o Prof. Mauro tenha sido rigorosíssimo nos conceitos físico-químicos) e conseguiram que esse curso saísse e desse lugar a um curso de química geral à la colegial.
Entendo que os entusiastas da física quisessem que o Prof. Mauro resolvesse a equação de Schrödinger pro Hidrogênio. Mas como ele iria fazer isso se no primeiro semestre nem sabíamos o que era um harmônico esférico e nem resolver integrais em 3 dimensões? O que fazer? Dar o curso do Prof. Mauro no quarto semestre? Aumentar o tempo do ciclo básico para dois anos e meio (para que o curso de mecânica quântica do Prof. Fleming venha antes desse)?
Não, é claro que não. Deve-se dar um curso de estrutura da matéria de acordo com as necessidades de um primeiro curso (e com toda a experiência do Prof. Mauro que, diga-se de passagem, é um excelente químico teórico e sabe o que os alunos precisam). Esse é o curso de Química I que o CCM precisa. Para depois estudar físico-química nas Químicas II e III (usando ou não os orbitais d e f da química inorgânica). Sinto muito que a imaturidade de alguns alunos tenha levado ao fim esse curso tão importante.
Pontos positivos: o curso de Química II acaba arcando com toda a físico-química do básico e fica espremido entre um curso de química geral e um de química inorgânica pura. A físico-química, naturalmente, deveria se estender para o curso de química III, como eu já havia dito. Falta no básico um curso FORTE de espectroscopia, que serviria igualmente às químicas inorgânica e orgânica. O curso de Química IV, depois de muitos problemas, tornou-se um porto seguro para a área de química. O Prof. Quina, com a sua incrível experiência e formação, dá um curso de química orgânica carregado de conceitos de química, mostrando que ela pode ser ensinada como química e não como química inorgânica, orgânica, analítica, etc.
Deve estar claro que o tronco-chave do básico tem que ser a físico-química, que é necessária para a compreensão de toda a química (de todas as suas áreas). E ela me parece encerrada no curso de Química II (e retomada, em alguma extensão, no curso de Química IV). É o 4º equívoco, nessa enorme lista de coisas erradas.
Alguns podem dizer que é questão de opinião, gosto, etc. Mas vejam quantos alunos desde a turma 11 gostam do curso de química que tiveram ou se sentem capazes de pensar no que aprenderam nesses cursos... Comentem!