Henrique Fleming

De Wikoleculares
Revisão de 22h19min de 11 de agosto de 2011 por Bluewhale (discussão | contribs)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para navegação Ir para pesquisar

O professor Henrique Fleming é um dos lendários professores da USP, famoso por suas histórias e humor intrínseco, há muitos anos dá os cursos de Física III (eletromagnetismo) e IV (mecânica quântica) do CM. Ele tem uma página [1] onde é encontrado material para seu curso e para interessados em física. Além disso, conhece muitas celebridades e já foi professor de diversos outros professores do CM, como a Alinka, a Helena e o Gubi.

Ah, e ele consta na Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Fleming

Mitos

O mito mais popular refere-se ao seu poder místico de fazer o tempo parar, de modo que, mesmo após horas de histórias, a matéria do curso continua num fluxo contínuo e acelerado.

Histórias do Fleming (contadas por)

ATENÇÃO: PODE CONTER SPOILERS. Não leia a menos que já tenha cursado Física III e IV no CM (ou não pretenda fazê-lo um dia).

  • Kirchoff

Mais conhecido por suas leis de circuitos, fez entretanto contribuições fundamentais, dando origem à espectroscopia, juntamente com Bunsen. Graças a ele sabemos algo mais sobre as estrelas distantes do que o conhecimento troglodita de que "são pedras de fogo".

Citações

  • "Bom, vocês tem até às 14:00 , não 15:00, não 17:00 hs para entregar as provas. Deixem elas lá na sala proibida."
  • "A natureza é filha da puta, mas nem tanto." (4ª Lei da Termodinâmica)
  • "Pizza: Professor a gente não vai provar que a série de operadores converge né?
Fleming: Não... na física todas as séries convergem, existe uma lei da natureza que garante isso."
  • (Em 08/08/2007) Aprendi no semestre passado, com o Leo, que é também devido às interações moleculares oriundas de flutuações quânticas que as lagartixas conseguem ficar grudadas no teto.
Em particular, quando h-barra (ħ) tende a zero, a lagartixa despenca do teto.

Homenagem

Homenagem feita por Leonardo Giantini Trabuco na formatura da turma 11, no dia 4 de agosto de 2005.

Eu tenho a difícil tarefa de homenagear nosso querido professor de
física Henrique Fleming. Difícil porque, por mais que eu me esforce,
jamais conseguirei prestar uma homenagem à altura da que ele merece.

Para quem não o conhece, o Prof. Fleming vem contribuindo com a pesquisa
em física há quase cinco décadas, sendo que sua primeira posição na USP
foi a de assistente da cadeira de César Lattes. Professor titular do
Instituto de Física da USP, teve papel decisivo na história do Curso de
Ciências Moleculares, sendo um dos maiores entusiastas do curso.

O Fleming foi nosso professor de física durante todo o segundo ano,
ministrando os cursos de eletromagnetismo e mecânica quântica.  Teve uma
preocupação muito clara em organizar os cursos de maneira que pudéssemos
ter uma visão o mais ampla possível do assunto, uma vez que alguns de
nós possivelmente não teriam mais um contato direto com a física a
partir de então.

Acredito que a riqueza de assuntos abordados, bem como o brilhantismo
com que foram tratados, fez com que a curiosidade que todos temos hoje
em aprofundar nosso conhecimento em física fosse muito maior do que se
tivéssemos tido cursos com um programa tradicional de Física III e IV.
E, na minha opinião, inculcar a curiosidade nos estudantes é a
realização máxima da atividade de um educador.

Aliás, o seu papel como educador vai além de seus alunos.  Estudantes de
física do Brasil inteiro desfrutam das várias notas de aula muito úteis
que o Fleming disponibiliza em sua página. 

Com uma cultura e senso de humor ímpares, ele nos apresentava a teoria
de maneira extremamente elegante, ao mesmo tempo que nos entretia com
histórias interessantíssimas sobre os bastidores da ciência. Assim,
colocava-nos em contato com os maiores gênios de todos os tempos, mas
também nos fazia perceber o quão humano era todo aquele processo. Na
verdade, era muito impressionante como ele conseguia ensinar tanta coisa
e contar tantas histórias, absolutamente sem pressa, em uma única aula.
Costumávamos dizer que ele deve ter o poder de dilatar o tempo...

Tem uma frase que eu acho que retrata brilhantemente a nobreza da
atividade científica, dita pelo grande astrofísico indiano Subrahmanyan
Chandrasekhar, que ganhou o prêmio Nobel, em homenagem ao seu mestre Sir
Arthur Eddington.

Segundo a mitologia grega, Ícaro que, ao escapar de Creta com seu pai,
Dédalo, apesar de ter as asas formadas de penas e cera, ignora os avisos
de Dédalo e voa em direção ao sol, que destrói suas asas, fazendo-o cair
ao mar. Em alusão ao mito, Chandra disse: "vejamos quão alto conseguimos
voar antes que o sol derreta a cera de nossas asas". Gostaria de,
humildemente, fazer dessas nossas palavras em homenagem ao Fleming.

E para concluir, eu gostaria de citar uma frase de Narasimhaiah, físico
e grande educador indiano (que faleceu esse ano): "um professor fraco
reclama, um professor médio explica, um professor bom ensina, um grande
professor inspira". Fleming, você foi, é, e sempre será uma grande
inspiração para todos nós!

Um grande abraço dos alunos da turma 11!

Links