Henrique Fleming
O professor Henrique Fleming é um dos lendários professores da USP, famoso por suas histórias e humor intrínseco, há muitos anos dá os cursos de Física III (eletromagnetismo) e IV (mecânica quântica) do CM. Ele tem uma página [1] onde é encontrado material para seu curso e para interessados em física. Além disso, conhece muitas celebridades e já foi professor de diversos outros professores do CM, como a Alinka, a Helena e o Gubi.
Ah, e ele consta na Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Fleming
Mitos
O mito mais popular refere-se ao seu poder místico de fazer o tempo parar, de modo que, mesmo após horas de histórias, a matéria do curso continua num fluxo contínuo e acelerado.
Histórias do Fleming (contadas por)
ATENÇÃO: PODE CONTER SPOILERS. Não leia a menos que já tenha cursado Física III e IV no CM (ou não pretenda fazê-lo um dia).
- Kirchoff
Mais conhecido por suas leis de circuitos, fez entretanto contribuições fundamentais, dando origem à espectroscopia, juntamente com Bunsen. Graças a ele sabemos algo mais sobre as estrelas distantes do que o conhecimento troglodita de que "são pedras de fogo".
Citações
- "Bom, vocês tem até às 14:00 , não 15:00, não 17:00 hs para entregar as provas. Deixem elas lá na sala proibida."
- "A natureza é filha da puta, mas nem tanto." (4ª Lei da Termodinâmica)
- "Pizza: Professor a gente não vai provar que a série de operadores converge né?
- Fleming: Não... na física todas as séries convergem, existe uma lei da natureza que garante isso."
- (Em 08/08/2007) Aprendi no semestre passado, com o Leo, que é também devido às interações moleculares oriundas de flutuações quânticas que as lagartixas conseguem ficar grudadas no teto.
- Em particular, quando h-barra (ħ) tende a zero, a lagartixa despenca do teto.
Homenagem
Homenagem feita por Leonardo Giantini Trabuco na formatura da turma 11, no dia 4 de agosto de 2005.
Eu tenho a difícil tarefa de homenagear nosso querido professor de física Henrique Fleming. Difícil porque, por mais que eu me esforce, jamais conseguirei prestar uma homenagem à altura da que ele merece. Para quem não o conhece, o Prof. Fleming vem contribuindo com a pesquisa em física há quase cinco décadas, sendo que sua primeira posição na USP foi a de assistente da cadeira de César Lattes. Professor titular do Instituto de Física da USP, teve papel decisivo na história do Curso de Ciências Moleculares, sendo um dos maiores entusiastas do curso. O Fleming foi nosso professor de física durante todo o segundo ano, ministrando os cursos de eletromagnetismo e mecânica quântica. Teve uma preocupação muito clara em organizar os cursos de maneira que pudéssemos ter uma visão o mais ampla possível do assunto, uma vez que alguns de nós possivelmente não teriam mais um contato direto com a física a partir de então. Acredito que a riqueza de assuntos abordados, bem como o brilhantismo com que foram tratados, fez com que a curiosidade que todos temos hoje em aprofundar nosso conhecimento em física fosse muito maior do que se tivéssemos tido cursos com um programa tradicional de Física III e IV. E, na minha opinião, inculcar a curiosidade nos estudantes é a realização máxima da atividade de um educador. Aliás, o seu papel como educador vai além de seus alunos. Estudantes de física do Brasil inteiro desfrutam das várias notas de aula muito úteis que o Fleming disponibiliza em sua página. Com uma cultura e senso de humor ímpares, ele nos apresentava a teoria de maneira extremamente elegante, ao mesmo tempo que nos entretia com histórias interessantíssimas sobre os bastidores da ciência. Assim, colocava-nos em contato com os maiores gênios de todos os tempos, mas também nos fazia perceber o quão humano era todo aquele processo. Na verdade, era muito impressionante como ele conseguia ensinar tanta coisa e contar tantas histórias, absolutamente sem pressa, em uma única aula. Costumávamos dizer que ele deve ter o poder de dilatar o tempo... Tem uma frase que eu acho que retrata brilhantemente a nobreza da atividade científica, dita pelo grande astrofísico indiano Subrahmanyan Chandrasekhar, que ganhou o prêmio Nobel, em homenagem ao seu mestre Sir Arthur Eddington. Segundo a mitologia grega, Ícaro que, ao escapar de Creta com seu pai, Dédalo, apesar de ter as asas formadas de penas e cera, ignora os avisos de Dédalo e voa em direção ao sol, que destrói suas asas, fazendo-o cair ao mar. Em alusão ao mito, Chandra disse: "vejamos quão alto conseguimos voar antes que o sol derreta a cera de nossas asas". Gostaria de, humildemente, fazer dessas nossas palavras em homenagem ao Fleming. E para concluir, eu gostaria de citar uma frase de Narasimhaiah, físico e grande educador indiano (que faleceu esse ano): "um professor fraco reclama, um professor médio explica, um professor bom ensina, um grande professor inspira". Fleming, você foi, é, e sempre será uma grande inspiração para todos nós! Um grande abraço dos alunos da turma 11!